segunda-feira, abril 22, 2013

Daydreaming

E, naquele momento, naquele preciso momento, soube que ele nunca seria seu... ou melhor, que ela nunca seria dele, porque ele já era seu, pelo menos, nos seus sonhos... Já perdera a conta a todos os primeiros beijos que tinham partilhado, às vezes que ele lhe tinha passado a mão pelo cabelo, que tinha olhado para ela e a visto realmente, a todas as vezes que ele lhe pegara discreta ou até mesmo efusivamente na mão e lhe tivera dito palavras de amor que nunca se concretizaram, a todas as noites que passaram juntos, e às manhãs seguintes... Ah, as manhãs seguintes... As noites... Como foram boas(!) ou teriam sido ao menos se fossem verdade... Ele nunca saberia como era tê-la, o que teriam partilhado, como se perderiam um no outro. Ela sabia-o. Sabia-o bem de mais, como se todos os seus sonhos fossem na realidade lembranças, momentos palpáveis do que tinha acontecido. Mas não. Não o eram. E ele não. Não o sabia. Talvez nem sequer o suspeitasse... E talvez fosse isso que a magoasse mais... a potencialidade daquilo que via e ele não.  

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