terça-feira, julho 22, 2014

Gostava de te falar de amor.

Gostava de te falar de amor, mas nunca tive o dom da palavra. Não te sei encher o mundo de frases bonitas. Falta-me o jeito, e até mesmo a coragem. Sobra-me o pânico de um coração mudo que nunca ousou ser mais do que era. A verdade é que todos nós somos donos do nosso silêncio e escravos das nossas palavras. E talvez seja isso que me assusta... a escravidão daquilo que te possa revelar.

Porque quando as palavras são ditas em voz alta ganham toda uma outra importância e tudo aquilo que representam passa a ser real. E tenho medo. Tenho medo que me reconheças o sentimento e que me faças refém dele. Não tenho a certeza se é seguro dar-te esse poder. E é esta fragilidade que me protege e que me impede de falar.

Por isso, desculpa-me. Desculpa-me se as palavras me ficam presas na garganta, se a lingua enrola quando devia deslizar, se tudo o que ouves é um grande nada. Mas a verdade é que gostava de te falar de amor, mas nunca tive o dom da palavra.

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