quarta-feira, maio 06, 2015

E eu que tinha tantos planos pra depois.

Dizem que temos o tempo contado. E logo eu que tinha tantos planos pra depois... Como podemos nós ter tempo pa tudo se não conhecemos o relógio por que nos regemos? Onde se encaixam os sonhos e o faço amanhã se o dia seguinte pode simplesmente ser uma miragem num deserto em que nem sequer sabemos que estamos? Vivemos na certeza do fim anunciado sem dele fazermos caso. E somos estúpidos imbecis que acreditam na sua ignorância consciente de que a mortalidade é coisa do Diabo e que nós descendemos do Deus que nos criou à sua imagem. E o tempo é essa coisa fugidia e fluída que se alarga e expande ou se diminui e comprime num gozo sarcástico de apenas nos fazer sofrer nas esperas delongadas ou nos rápidos efémeros deleites. E balanceamo-nos em cima desta corda do relógio de bolso que trazemos na algibeira para nos lembrar, embora que por vezes e por meros e breves instantes, que somos fugazes nas escolhas que fazemos, ou não fossemos nós os seres imperfeitos e em constante mutação que somos.

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