sábado, novembro 21, 2015

Porque me esgotas na impossibilidade?

Porque me esgotas assim na impossibilidade? Porque deixam agora as minhas palavras de fazer sentido? Terei eu mudado? Estranho. Sinto-me igual. Seria de esperar que soubesse que tinha porventura mudado... 

Olho-me ao espelho e, apesar das pequenas rugas de expressão, vejo que nenhuma outra se juntou a elas. Não mudei. Não envelheci. Estou mais velha. É certo. Talvez mais pesada. Uma grama ou duas na alma. Mas sou capaz de jurar que ninguém mais o vê. A vê. O meu corpo, esse, ainda mantém a temperatura quente de quem se permite sentir e nos lábios, nesses, ainda permanece o gosto doce de quem ousa provar. Por isso, vasculho um pouco mais à procura da diferença. Um pouco mais fundo. Mas sei que nem tão pouco o aroma a noites de Verão do meu perfume se gastou com a brisa dos dias em mim. Ainda jazem aqui os sentimentos de outrora. Os sonhos e os desejos continuam no sitío onde os deixei da última vez. Deve ser por isso que não entendo.

Seria de esperar que soubesse que tinha porventura mudado... Sinto-me igual. Estranho. Terei eu mudado? Porque deixam agora as minhas palavras de fazer sentido? Porque me esgotas assim na impossibilidade?

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