sábado, março 26, 2016

À descoberta @ Bataria da Raposeira


A Bataria da Raposeira, está situada no cimo do monte do mesmo nome, entre a Trafaria e Caparica, era uma unidade de artilharia que foi condenada pela extinção do serviço militar obrigatório e pela supressão do RAC (Regimento de Artilharia de Costa), acabando de vez com os seus tempos de glória.




Estas batarias foram erigidas em 1893 e foram idealizadas para defender a barra do Tejo e entrada de Lisboa, cruzando a linha de fogo com a bataria do Bom Sucesso em Belém... um investimento necessário para garantir a nossa soberania, que estava certamente escaldada com o infame Ultimatum imposto pelo Reino Unido.




A Bataria da Raposeira foi modernizada na Primeira Grande Guerra, e as peças hoje presentes foram actualizadas em 1940. Estava armada com três bocas de fogo Krupps de 15,2 cm, que disparavam projécteis de 45,3 Kg, com precisão até 20 Km de distância, e tinham uma cadência de quatro tiros por minuto.




Cada peça de artilharia pesava perto de 7.600 Kg e necessitava de uma equipa de 9 homens para ser manuseada, eram um chefe que estava encarregado de a disparar, e oito serventes que alimentavam as ávidas e famintas bocas de fogo.




Também foi nesta unidade militar que em 17 de Abril de 1901, se fez a primeira experiência portuguesa de TSF (Telefgrafia Sem Fios) em Portugal, levada a cabo neste local e o Forte do Alto do Duque, a uma distância de 4.300 metros.




Este quartel estava intimamente ligado à sua vizinha Bataria da Alpena, e ao BIRT (Batalhão de Informações e Reconhecimento das Transmissões), o primeiro apoiava-o como paiol, o segundo era o seu centro nevrálgico... todos foram desactivados pela reestruturação do exército em 1996 encontrando-se hoje abandonados.

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